O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) saúda o 50º aniversário do 25 de Abril, que foi, em si mesmo, uma realização de paz, ao pôr fim à guerra colonial, ao reconhecer a independência dos povos até então submetidos ao colonialismo, ao consagrar a defesa da paz, do desarmamento e da cooperação como valores do novo Portugal democrático.

Com a Revolução de Abril foram conquistados direitos fundamentais, muitos deles nunca antes concretizados: para além da liberdade, da libertação dos presos políticos, do fim da guerra colonial, da abolição da censura, da dissolução da polícia política, foram consagrados direitos como a saúde e educação públicas e gratuitas, a cultura e a habitação, entre muitos outros.

Também fruto da Revolução, há 48 anos - a 24 de Abril de 1976 - num ato formal mas pleno de simbolismo, foi possível registar os Estatutos do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), embora a luta pela paz, em Portugal, seja muito mais antiga e constitua, para gerações de democratas, uma afirmação de que nas condições concretas do nosso País, submetido a um regime fascista, a luta pela paz era simultaneamente a luta pela liberdade e a democracia.

O 25 de Abril abriu espaço a inúmeras conquistas políticas, económicas, sociais e culturais que transformaram por completo Portugal e que ficaram consagradas na Constituição da República Portuguesa, incluindo o seu artigo 7º, que estipula que Portugal se rege nas relações internacionais por princípios como a independência nacional, a solução pacífica dos conflitos internacionais, a não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados, e que preconiza o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares, o estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz, a cooperação e a justiça nas relações entre os povos para a emancipação e o progresso da humanidade.

O CPPC reafirma a validade dos valores, das realizações e das conquistas da Revolução de Abril, que constitui o mais avançado período da nossa História nacional.

Os 50 anos do 25 de Abril coincidem com o adensar das ameaças à paz e à segurança no mundo, que comportam dramáticas e inquietantes consequências para os povos. Continuam guerras, ocupações militares, bloqueios económicos contra diversos países. O conflito no Leste da Europa prolonga-se e agrava-se. Prossegue o massacre que Israel pratica na faixa de Gaza contra o povo palestino e a paz no Médio Oriente está ameaçada. Intensifica-se o militarismo, a corrida aos armamentos, a apologia belicista. Investe-se na modernização e no aumento dos arsenais nucleares. Alarga-se o âmbito de intervenção de blocos político-militares.

Está nas mãos dos povos – nomeadamente do povo português – defender a paz, a soberania, a solidariedade e a cooperação em alternativa ao militarismo e à guerra, o que é um objetivo central da atividade do CPPC.

É neste sentido que o CPPC desenvolve a sua atividade em colaboração com artistas e organizações, procurando alargar a cultura da paz, o que mais uma vez acontece em parceria com a Peace and Art Society apresentando esta exposição, “Pela Paz, Por Abril”.

Horário de visitas CMTG:

Terça-feira a Sexta-feira

10h00 - 12h30 | 14h00 - 17h00

Sábados

14h00 - 17h00