
Apresentação de obras de Gabriel Gomes na Biblioteca Municipal de Portimão
“Antagónico”, “Temporário Eclipse Permanente” e “Sem tempero” são os nomes das três obras de Gabriel Gomes que serão apresentadas na Biblioteca Municipal de Portimão.
Gabriel Gomes nasceu a 1996, em Viseu. Licenciou-se em Teatro – Ramo de Atores, na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa. Estreou-se, em 2010, no Teatro Viriato, em Viseu, tendo sido dirigido em várias produções por Graeme Pulleyn, Márcio Meirelles e Giacomo Scalisi. Fundou a companhia de teatro ArDemente, com a qual trabalha regularmente como ator-criador. Fez dobragens para a Netflix e a SIC K. Enquanto dramaturgo, destaca a publicação da peça original Éramos Nós, Uma Arma e Nós. Como formador, já coordenou vários workshops em escolas e associações do distrito de Viseu e em Macau, China.
“Antagónico” | Sinopse: Ele entra. E assim começa a história, várias vezes. Ela sai. E assim continua a história, várias vezes. No folhear deste livro, escrito em bilingue (Português e Inglês), viveremos num vórtex de recomeços que nos levam numa viagem atribulada. Trespassando uma névoa de memórias, percebemos que a linha entre a realidade e a ficção é muito ténue e faz-nos constantemente questionar o passado, o presente e o futuro. Nesta solitária viagem a dois, ele será a turbulência dela e ela a dele. Dentro do pequeno cosmos que se cria nestas páginas, seremos constantemente esbofeteados pelos antagonismos da vida, pois a vida não é linear, a vida não é uma ficção, mas, se pensarmos bem, podia ter sido.
“Temporário Eclipse Permanente” | Sinopse: Numa pequena aldeia simetricamente dividida, a harmoniosa tensão que se faz sentir é o combustível que mantém os seus habitantes vivos. Se assim não fosse, talvez este mísero pedaço populacional, inserido no vale daquela serra, já tivesse desaparecido do mapa. Certa manhã, a aldeia abrandou para assistir ao espetáculo celestial que se desenrolava. A lua decidiu seduzir o sol, bailando lentamente diante dele. Nesse preciso momento, a vida dos habitantes desta aldeia encontrava-se num ponto fulcral das suas narrativas. A obscuridade temporária do céu espelhou-se na obscuridade permanente de cada um. Em segundos, tudo mudou. Uns breves segundos podem ser uma vida e uma vida pode durar uns breves segundos. Por agora, mais não se pode dizer, até porque se os rios falassem não diriam nada do que eu lhes confessei, pois eu pedi-lhes segredo.
“Sem Tempero” | Sinopse: Uma salada poética mal temperada onde se despe a virtude à poesia. Remexe-se nas entranhas de quem lê a partir das vísceras de quem escreve. Uma espiral que se transforma numa reta será sempre uma reta a transformar-se numa espiral. São alucinações oníricas como esta que nos fazem viajar por palavras regurgitadas (in)conscientemente. Sem Tempero é um exercício de estilo de um autor já conhecido pelos êxitos alcançados com as suas obras anteriores. Nesta obra, o exercício de estilo é vertiginoso, com um jogo de palavras coerentes e precisas, num jogo de escrita fulgurante. Gabriel Gomes escreve assim: "… Com um fim sem finito final finalizado/começo por começar num começo começado/falando por falar falarei do que falo…"
A apresentação estará a cargo de Carlos Café, reconhecido professor de Filosofia, que leciona esta disciplina na Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes.