
Exposição “Nuno Júdice - O Prazer das Imagens”
Nuno Júdice - O Prazer das Imagens” é o nome da exposição que o Museu de Portimão inaugura a 20 de setembro, deste ano, pelas 17h00 e que poderá ser visitada até 18 de janeiro, de 2026.
Com curadoria de José Gameiro, Manuela Júdice e Filipa Leal, esta exposição convida-nos a atravessar a escrita de Nuno Júdice como se fosse uma estrada sempre paralela à de alguns dos seus companheiros de viagem.
Os portugueses Graça Morais, Júlio Pomar, Jorge Martins, Rui Chafes, Manuel Amado, Duarte Belo e os franceses Bernard Cornu, Colette Deblé e Julie Ganzin, são alguns dos artistas desta exposição, que inclui poemas inéditos de Nuno Júdice e depoimentos de nomes como o do ator e encenador Luís Miguel Cintra ou Donatien Grau, Conselheiro da Presidência do Museu do Louvre, para os programas contemporâneos. Igualmente serão exibidos os filmes - documentários “Eco, Nuno Júdice”, de Rita Féria e Teresa Júdice da Costa e “Nuno Júdice,3”, do Arquivo-RTP, gravado no Programa “Com Todas as Letras”, de agosto de 1975, coordenado por Eduardo Prado Coelho, Manuel Alberto Valente e Manuel Costa Silva.
Durante toda a sua vida, Nuno Júdice desenhou, fez collages e fotografou, a par da sua produção poética. As obras estão nos mais de 20 cadernos inéditos do seu espólio. Uma destas páginas, pelo menos, poderá ser vista pela primeira vez na exposição “Nuno Júdice - O Prazer das Imagens”, no Museu de Portimão, a partir de 20 de setembro. A página inclui o poema (não só em tons de azul) “Derrapagem” e uma data: 30/12/2015.
Dez anos depois, este poema inspirou Manuela Pimentel a criar uma obra homónima, que será mostrada pela primeira vez nesta exposição. Mas a pintora do Porto, uma das mais jovens representadas na mostra, já tinha uma obra inspirada noutro poema de Nuno Júdice, porventura um dos mais célebres: “Receita para fazer o azul”. Esse poema começa assim:
“Se quiseres fazer azul,/ pega num pedaço de céu e mete-o numa panela grande,/ que possas levar ao lume do horizonte;/ depois mexe o azul com um resto de vermelho/ da madrugada, até que ele se desfaça; (...)”.
Não é o único poema que encontramos nesta exposição: uma exposição para ver e para ler. Logo à chegada, um inédito escrito à máquina, em tons de azul, de 1967. Podemos ler: “Um Chagall, le poète et son double, rosto azul, cavalo. Rússia./ O porto de Lisboa com guindastes e gaivotas, dia nublado, sem horizonte”.
Foi escrito na época da sua primeira ida a Paris, com o ator e encenador Luís Miguel Cintra, colega e amigo durante todo o tempo de liceu (e seguiram juntos para a Universidade). Cintra é uma das vozes que podemos escutar nesta exposição, além de Graça Morais, Jorge Martins ou o programador do Louvre Donatien Grau.
Em 2023, Nuno Júdice recebeu o convite de Donatien Grau, que preparava, no Museu do Louvre, a edição de um livro de poemas suscitados pelo próprio museu ou por obras nele expostas. Nasceu então o livro “100 Poètes d’aujourd’hui: Poésie du Louvre”, no qual Júdice participa com o poema “A Inspiração do Poeta”, ao lado de nomes como Tahar Ben Jelloun, Jon Fosse, Hélène Dorion e Jacques Darras.
A obra chega às mãos de Nuno Júdice alguns dias antes da sua morte em Lisboa, aos 74 anos. Como escreveu o poeta nascido no Algarve (Mexilhoeira Grande) em 1949, nos versos que estiveram na base de uma colaboração com Rui Chafes: “Olha: se o intervalo das estrelas/te restitui a imagem do nada, não deixes/de o fixar.”
(Curadoria: José Gameiro, Manuela Júdice e Filipa Leal)
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