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Livro "O Algarve em Transe - Os Loucos Anos 60 e 70 em Portimão" evoca acontecimentos que mudaram profundamente a região

17-04-24

No âmbito das comemorações locais do cinquentenário da Revolução dos Cravos, o auditório do Museu de Portimão recebe, às 18h00 de 24 de abril, a apresentação do livro "O Algarve em Transe - Os Loucos Anos 60 e 70 em Portimão", de Maria João Raminhos Duarte.

Com edição da Câmara de Portimão, a obra relata com detalhe os acontecimentos que marcaram as décadas de 1960 e 1970 em Portimão e no Algarve, desde o ‘boom’ do turismo até ao 25 de Abril, constituindo uma leitura essencial para quem quer entender o passado e o presente desta terra e da região algarvia.

Segundo Maria João Duarte, o livro “pretende comemorar, sem pruridos ideológicos ou ressentimentos, o 25 de Abril de 1974 em Portimão, o que lhe antecedeu e o que lhe sucedeu, demonstrando que a cidade, pelas suas características particulares, é um verdadeiro paradigma desses tempos em transe e antecipou muitas das mudanças ocorridas depois da Revolução dos Cravos no campo dos valores e no modo de vida das pessoas.”

Para o efeito, a autora biografou as famílias e os principais elementos da Oposição em Portimão, destacando individualidades, hábitos, modos de vida dos portimonenses e transformações ocorridas na cidade, no concelho e na sua economia.

Também incluiu uma série de subsídios biográficos de residentes, turistas, intelectuais, artistas, resistentes, operários, empregados de hotelaria ou anónimos que, de alguma forma, tiveram relevância para a reconstituição desta narrativa histórica e historiográfica dos anos 60 e 70, debruçando-se especificamente sobre a Praia da Rocha, o motor da transformação ocorrida pelo turismo, bem como o impulso dado à sociedade e à economia locais pela vinda dos ‘retornados’.

Breve apontamento sobre a autora

Doutorada pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria João Raminhos Duarte tem um vasto currículo no âmbito da História local e regional algarvia contemporânea, abordando temas como os industriais conserveiros, o movimento operário corticeiro e conserveiro, o regionalismo, a instituição do Estado Novo e sua oposição, a educação e assistência, entre outros.

Faz parte do Grupo “Usos do Passado”, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e é formadora acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua da Universidade do Minho.

Há 38 anos docente na escola pública, leciona em Portimão na Escola E.B. 2,3 Eng. Nuno Mergulhão, coordenando a escola “UNESCO”.