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Projeto “Odisseia Nacional” marca encerramento dos Outonos de Teatro em Portimão

21-11-23

O projeto “Odisseia Nacional” do Teatro Nacional D. Maria II vai marcar em Portimão o encerramento dos Outonos de Teatro 2023, com a realização nas próximas semanas de atividades destinadas a públicos diversificados, entre os quais os agentes culturais e os jardins de infância do concelho, encerrando a programação em grande, com “O Misantropo”.

Assim, nos dias 25 e 26 de novembro, o coletivo artístico PELE – Associação Social e Cultural apresenta o projeto “Cartografia dos Desejos”, um espaço e tempo de reflexão marcado por dois momentos, ambos a ter lugar nas atuais instalações do Sporting Glória ou Morte Portimonense, localizadas na Rua do Impasse à Rua do Poeta António Aleixo, no 1.º andar do edifício onde funcionou o antigo Mercado da Av.ª 25 de Abril.

"Cartografia dos desejos" propõe um exercício do simbólico com os diferentes grupos de Portimão, estando a primeira ação, composta por um laboratório de ativação, agendada para 25 de novembro, entre as 14h30 e as 17h30.

O laboratório é dirigido a pessoas de todas as idades, que terão ao dispor um espaço de criação artística e exercício de cidadania, a partir do ato coletivo de desejar e esperançar, devendo as inscrições, gratuitas e obrigatórias, ser feitas através do email: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

No dia seguinte, das 15h00 às 17h30, terá lugar uma apresentação e conversa a partir das experiências desenvolvidas no laboratório de 25 de novembro e nos encontros com os diferentes grupos da comunidade: Centro Comunitário do Pontal, Escola Secundária Poeta António Aleixo e Escola Básica do Pontal, com entrada livre.

Este projeto convoca os protestos dos desejos inconscientes e conscientes, como processo de construção coletiva de outro devir — esse movimento orgânico e permanente de passagem da potência ao ato — e perspetiva os desejos individuais e coletivos como ativação e inspiração para a ação cívica e política.

A PELE é uma estrutura cofinanciada pela República Portuguesa - Cultura / Direção Geral das Artes, contando esta produção com direção artística de Maria João Mota, Francisco Babo e Júlia Medina, cenografia de Fernando Almeida e texto de Júlia Medina.

A importância de comunicar

Segue-se o espetáculo “Falas estranhês?”, a apresentar nos jardins de infância do concelho em 29 e 30 de novembro, enquanto a atuação do dia 2 de dezembro destina-se às famílias e terá lugar na Quinta Pedagógica de Portimão, a partir das 11h00.

Criado para o público infantil por Inês Fonseca Santos e Maria João Cruz, com encenação de Catarina Requeijo, o espetáculo “Falas estranhês?” tornará familiares palavras como 'comboiétski' e 'platorum', entre outros vocábulos quase impronunciáveis, pois o objetivo é provar aos mais pequenos que não existem barreiras para a comunicação.

Segundo a sinopse, três pessoas encontram-se. Não são do mesmo lugar, nem têm a mesma língua. Podia não ser fácil comunicar, mas há muitas maneiras de nos fazermos entender e de tornarmos o estranho familiar. Há sons, gestos e sentimentos universais capazes de desfazer todos os equívocos e de nos fazer rir com o que soa diferente. O importante é que haja alguém disposto a aprender estranhês.

De referir que a atuação na Quinta Pedagógica tem entrada gratuita, mediante inscrição até às 17h00 de 30 de novembro, através do telefone 282 248 595 ou do email Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., estando este espetáculo integrado no projeto Boca Aberta e no programa Frutos da Odisseia Nacional, uma iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II em parceria com o Plano Nacional das Artes.

“O Misantropo” encerra programação

Ainda no âmbito da Odisseia Nacional, o derradeiro espetáculo dos Outonos de Teatro também se realizará a partir das 21h00 de 2 de dezembro, desta vez no TEMPO - Teatro Municipal de Portimão, cujo palco principal vai receber “O Misantropo”, por Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares a partir do clássico de Molière, expoente da dramaturgia mundial, escrito em 1666.

É noite de estreia e “O Misantropo”, de Molière, vai ser representado pela primeira vez em Portugal perante o Rei e toda a corte, sendo que o espetáculo ainda não está pronto. Há um grupo de atores, juntos por misteriosas e diversas razões, com os nervos à flor da pele, dispostos a muito – ou a tudo – mesmo antes de se ouvirem as pancadas de Molière. Há um homem que tem aversão aos seres humanos, que não gosta da convivência social, que é melancólico, insociável, misantrópico, mocho, bufo. Há, acima de tudo, o desejo fervoroso de frequentar a corte e agradar o monarca.

Com encenação de Mónica Garnel, a peça será interpretada por Ana Guiomar, Inês Vaz, Joana Bernardo, João Vicente, José Neves, Manuel Coelho, Manuel Moreira e Mário Coelho.

Os bilhetes custam 10 euros e podem ser adquiridos em https://tempo.bol.pt e na bilheteira do TEMPO.

Democracia cultural

A Odisseia Nacional do D. Maria II está a percorrer o país desde janeiro passado, altura em que o teatro encerrou para obras de requalificação.

O projeto, composto por centenas de propostas, desenvolvidas em parceria com 93 concelhos de todas as regiões de Portugal continental e ilhas, tem abrangido locais onde já se verifica uma forte dinâmica criativa, mas também é catalisador de atividades em comunidades com menor acesso às práticas artísticas, contribuindo para o desenvolvimento da democracia cultural.