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Portimonenses anónimos dão rosto às janelas do Museu de Portimão

12-11-24

A essência das pessoas que vivem esta terra é o destaque da exposição fotográfica “A Cidade Fala”, que apresenta uma antologia de retratos captados por João Mariano, João Tuna e Filipe da Palma, expostos nas janelas do Museu de Portimão a partir de 16 de novembro, com inauguração marcada para as 18h00 do próximo sábado no átrio deste equipamento de excelência de promoção e evocação do património local.

A mostra, que poderá ser vista até 26 de janeiro de 2025, reúne uma antologia de retratos captados junto da comunidade local nos últimos meses pelos três fotógrafos convidados, no âmbito da programação artística criada pela Lavrar o Mar - Cooperativa Cultural, ao abrigo de uma parceria estabelecida com a Câmara Municipal, para a celebrar o primeiro centenário de elevação de Portimão à categoria de cidade, ocorrida em 11 de dezembro de 1924.

João Mariano, João Tuna e Filipe da Palma aceitaram o desafio e, em estúdio ou na rua, foram à procura de 55 pessoas que compõem a essência de Portimão — desde profissionais do comércio e serviços, professores, artistas, pescadores, construtores navais e antigas operárias conserveiras até residentes da periferia, cujos rostos revelam o pulsar humano por trás do quotidiano da cidade e que poderão ser vistos em 69 janelas do Museu.

Assim, João Mariano explora a inquietude humana, contrapondo o antigo mito de que a fotografia rouba a alma; João Tuna captura o natural e espontâneo, promovendo um diálogo visual direto; Filipe da Palma dá vida aos retratos das periferias, convidando-nos a perceber realidades muitas vezes esquecidas.

A exposição coletiva “A Cidade Fala” culminará com a apresentação de um outro objeto artístico, criado também no âmbito do mesmo projeto homónimo da Lavrar o Mar e que tem sido desenvolvido ao longo do último trimestre deste ano, na forma de um documentário do realizador Jonas Canelo e do artista plástico João Hébil, ambos jovens portimonenses.

Centrado na perspetiva das pessoas que habitam esta cidade e que são desafiadas a imaginar o futuro, o documentário será apresentado no dia 24 de janeiro de 2025.

Breves biografias

João Mariano é fotógrafo, diretor de arte e editor, com múltiplas paixões que vão desde a pesca até à música menos convencional. Com o tempo, descobriu que a sua verdadeira vocação profissional reside na criação de livros. Desde 1998, já publicou 11 obras em nome próprio e colaborou em dezenas de outros projetos editoriais. Atualmente, trabalha em duas novas publicações, sendo que a próxima será apresentada em janeiro de 2025. Dividindo o seu tempo entre Aljezur e Lisboa, João desenvolve projetos que já foram exibidos e editados em Portugal e no estrangeiro. É fundador, CEO e diretor de arte na agência 1000olhos - Imagem e Comunicação, onde continua a explorar a arte visual de forma inovadora e apaixonada.

Fotógrafo e realizador, João Tuna formou-se em fotografia, cinema e dramaturgia, estudando na Escola Artística António Arroio, na Escola Superior de Teatro e Cinema e na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Aprendeu escrita dramática com os mestres António Mercado e Jean-Pierre Sarrazac. Desde 1990, dedicou-se ao retrato e à fotografia de cena para teatro e cinema, realizando ainda curtas-metragens, filmes institucionais e adaptações cinematográficas de espetáculos teatrais. Autor de argumentos e peças, viu a sua primeira peça, Dorme Devagar, ser estreada em Paris como Dort Doucement (2000). Em 2012, foi distinguido pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro pela sua notável carreira como fotógrafo de teatro.

O trabalho fotográfico de Filipe da Palma divide-se em três dimensões: como funcionário público do Município de Portimão; na vertente cultural, com enfoque na representação do Algarve e da sua arquitetura popular; e na criação de exposições que exploram a diversidade e singularidade do sul de Portugal. Com um olhar atento às histórias tangíveis e aos testemunhos do território algarvio, Filipe da Palma procura, através da fotografia, aprofundar o conhecimento sobre o meridional rincão e as suas múltiplas expressões culturais e humanas.

Jonas Canelo cresceu e viveu em Portimão até aos 18 anos, altura em que se mudou para Londres e posteriormente para Lisboa. Licenciou-se em Estudos Artísticos pela Faculdade de Letras, com especialização em Artes do Espetáculo. Trabalhou em edição de vídeo, realização cinematográfica e animação, tanto de forma independente como em colaboração com várias entidades e artistas. Durante a pandemia, regressou a Portimão, motivado pela proximidade com a natureza e a harmonia que nela encontra. Jonas continua a trabalhar no meio audiovisual, integrando abordagens etnográficas nos seus projetos, e em 2024 estreou a sua primeira exposição fotográfica, "Portimão, Antes e Agora", na Casa Manuel Teixeira Gomes.

João Hébil é um artista portimonense formado em Belas Artes e na Faculdade Lusófona de Lisboa. Regresso à sua cidade natal para aprofundar a criação artística no seu território. Licenciado em Animação Digital, é um entusiasta das artes gráficas, destacando-se em ilustração, design, arte digital, animação, artes plásticas e string art. Com um interesse particular pelo mundo científico, pela matemática e pelas dimensões do quotidiano e do insólito, João Hébil continua a explorar temas diversos através da sua arte. Atualmente, algumas das suas obras estão em exposição na Galeria Lady in Red, em Portimão.