Portimão assinala mais uma vez o Mês Internacional da Biblioteca Escolar, uma celebração anual que visa estimular o prazer de ler junto da comunidade educativa, estando a decorrer nesta semana de 23 a 26 de outubro Círculos de Biblioterapia nos cinco agrupamentos de escolas do concelho, por iniciativa da Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes.

As atividades de biblioterapia realizam-se nas bibliotecas escolares e dirigem-se aos alunos do 2º e 3º Ciclos e Ensino Secundário, com a orientação da biblioterapeuta Sandra Barão Nobre, que explica tratar-se de uma técnica que usa os livros e a leitura com funções terapêuticas, facilitando o desenvolvimento pessoal e a resolução de problemas.

Depois de abordar a definição e o funcionamento da biblioterapia e quais os seus benefícios, a especialista atua como mediadora junto dos alunos, realçando as vantagens em termos de auxílio na interpretação dos conteúdos e de distanciamento da realidade, ao possibilitar a revisão de conceitos, a redescoberta de emoções, o pensamento de forma distinta, a tomada de decisões e a escolha de novos caminhos.

“Leitora ávida”

Nascida em França no ano de 1972 e com uma importante experiência nacional e internacional ligada ao meio editorial, Sandra Barão Nobre considera-se “uma leitora ávida”, tendo lançado em 2016 ‘A Biblioterapeuta’, um serviço de consultadoria em que combina a metodologia do coaching com os conhecimentos adquiridos durante os anos de trabalho no mercado livreiro.

Desta forma, Sandra Barão Nobre pretende “ajudar indivíduos e empresas a atingir objetivos e a mudar para melhor, pois basta ler os livros certos.”

Origens da biblioterapia

A utilização dos efeitos terapêuticos da leitura, nomeadamente de textos religiosos, remonta às civilizações egípcia, grega e romana. Na Idade Média, as leituras da Bíblia acompanhavam o processo de cura nos hospitais e no Cairo eram proporcionadas leituras do Corão como método terapêutico suplementar.

Há, também, informações de que o recurso ao poder terapêutico dos livros floresceu durante o período da Primeira Guerra Mundial, quando foram criadas bibliotecas nos hospitais de campanha, o mesmo sucedendo no fim da Segunda Guerra Mundial, quando alguns médicos passaram a recomendar a leitura a veteranos que sofriam de stress pós-traumático, para que relaxassem.